De acordo com o board member, engenheiro e empresário Nuno Coelho, as mudanças climáticas são um dos maiores desafios globais do século XXI, afetando uma ampla variedade de setores econômicos e atividades humanas. O mercado imobiliário, em especial, sente de maneira significativa os efeitos dessas transformações ambientais, que vão desde a intensificação de eventos climáticos extremos até o aumento do nível do mar.
Saiba o que são as mudanças climáticas, seus impactos no setor imobiliário e os desafios enfrentados pelo mercado nesse cenário.
O que são mudanças climáticas?
As mudanças climáticas referem-se a alterações duradouras nos padrões climáticos globais, atribuídas, em grande parte, às atividades humanas, como a emissão de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis e desmatamento. Como comenta Nuno Coelho, esse fenômeno causa um aquecimento global, afetando a temperatura média da Terra, alterando regimes de chuvas e intensificando eventos climáticos extremos, como furacões, secas e enchentes.
A variação climática impacta diretamente o equilíbrio ecológico, além de influenciar a economia, a saúde pública e as condições de vida nas cidades. Como as infraestruturas são desenvolvidas para durar décadas, a adaptação a essas novas condições ambientais é complexa, exigindo análises e ações de mitigação. No mercado imobiliário, essa situação exige uma revisão estratégica sobre como e onde investir, com atenção à exposição das propriedades a desastres naturais e às mudanças nas preferências dos consumidores.
Quais são os exemplos de impacto no mercado imobiliário?
O impacto das mudanças climáticas no mercado imobiliário se manifesta de várias maneiras. Uma das consequências mais visíveis é o aumento do nível do mar, que afeta regiões costeiras e pode, eventualmente, inviabilizar propriedades em áreas de risco de inundação. Propriedades em regiões como Flórida e Nova York, nos Estados Unidos, ou Rio de Janeiro, no Brasil, já enfrentam desafios para atrair investidores e moradores, temendo que o valor dos imóveis diminua devido à exposição a enchentes e à erosão costeira.
Como elucida o especialista Nuno Coelho, a disponibilidade de água também é uma questão relevante, pois secas prolongadas afetam regiões áridas, tornando-as menos habitáveis. Regiões do sudoeste dos Estados Unidos e certas áreas do Nordeste do Brasil enfrentam escassez hídrica, o que limita o desenvolvimento urbano e exige estratégias mais robustas de sustentabilidade hídrica e planejamento de infraestrutura para garantir que os imóveis nessas áreas continuem habitáveis e atraentes para investimentos.
Quais desafios o setor imobiliário enfrenta devido às mudanças climáticas?
A adaptação às mudanças climáticas no mercado imobiliário traz desafios financeiros, logísticos e de regulação. O custo para adaptar e modernizar as infraestruturas para suportar eventos climáticos mais intensos é elevado e pode desmotivar investidores que buscam retorno rápido. Para as construtoras e os proprietários, o custo adicional para tornar um imóvel resiliente às mudanças climáticas pode dificultar a rentabilidade, especialmente em regiões de alto risco onde a mitigação é mais cara e necessária.
Outro grande desafio é a incerteza em relação ao valor dos imóveis a longo prazo. Regiões que hoje são desejadas podem perder valor rapidamente se forem identificadas como áreas de risco para enchentes, incêndios ou outros eventos extremos. Essa volatilidade impacta não só o valor das propriedades, mas também o comportamento dos investidores e até mesmo o crédito bancário disponível para financiamento em locais de risco, desmotivando ainda mais investimentos nessas áreas.
Em suma, como menciona o engenheiro e empresário Nuno Coelho, as mudanças climáticas trazem uma nova realidade para o mercado imobiliário, afetando a forma como propriedades são avaliadas, desenvolvidas e ocupadas. Com o aumento dos riscos ambientais e o surgimento de novos padrões regulatórios, o setor imobiliário precisa se adaptar, adotando práticas mais resilientes e sustentáveis.